quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Jeitosinha - Capítulo XII

Pretenções de Arlindo

Jeitosinha não acreditava no que acabava de ouvir. Desde a revelação de seu trágico segredo, sentia-se num pesadelo sem fim. Não bastasse todo o ódio em seu coração, o estranho desfecho da morte do pai e a perda de Bruno, seu amado, agora a nossa heroína era chantageada pelo cruel Arlindo !


- Você quer que eu me prostitua?
- Sim. - concordou o irmão, sem um pingo de emoção na voz - Existe um bordel de luxo aqui perto de casa... Pessoas exóticas como você podem ter um bom valor no mercado.
- Mas... Eu sou virgem ! Sou inocente ! - retrucou Jeitosinha, aos prantos.
- Pois você tem até amanhã para aprender o que precisa.


Arlindo deixou o quarto da loira batendo a porta. Adenair entrou em seguida, curioso em saber o que acontecera. Jeitosinha contou resumidamente a história.
- Mas não pode ser ! Você precisará matá-lo também ! - reagiu o enrustido, batendo o pezinho nervosamente.
- Sim, mas não poderei fazê-lo agora. Não com o estranho desaparecimento do corpo de papai. Precisamos desvendar primeiro este mistério. - disse Jeitosinha, recompondo-se.
- Então você...
- Não resta outra alternativa, Adenair. Terei que me submeter aos caprichos de Arlindo. E pode ter certeza : estarei mais pronta amanhã do que ele pensa !


Pela primeira vez desde o rompimento, Jeitosinha voltou àquela noite ao apartamento de Bruno. Encontrou-o em estado de total desespero, sorvendo doses e mais doses de uísque barato.
- Você destruiu a minha vida ! - Lamentou o jovem.
A loira, usando um vestidinho curto, sentou-se no seu colo. Numa explosão de luxúria, enfiou a língua na boca de Bruno, antes que ele pudesse esboçar qualquer reação.
Num primeiro momento ele retribuiu ao carinho, mas logo lembrou-se de que estava beijando um homem. Rejeição e desejo se sucediam em ondas no coração de Bruno. Mas ele havia bebido bastante e amava Jeitosinha...


No dia seguinte, consumada uma louca e completa noite de amor, a loira acordou e viu Bruno, de pé, contemplando-a . Ela abriu um sorriso, mas não foi retribuída.
- Você é tão bonita... - murmurou o rapaz, com um semblante que mais sugeria um lamento que um elogio.
- O que você achou da noite, meu amor ?
- Eu... Eu estou confuso... Foi tudo muito diferente... Me vi fazendo coisas que nunca imaginei ser capaz...
- Calma amor... - respondeu docemente Jeitosinha - Sente-se aqui ao meu lado. Vamos conversar melhor sobre isso...
- Bem... - respondeu Bruno, com um sorrisinho sem graça - podemos até conversar. Mas sentar eu não consigo...



Jeitosinha e Bruno irão se reconciliar ?

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