quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Jeitosinha Cap XIII

Reconciliação de Jeitosinha e Bruno

A família finalmente percebeu que Ambrósio estava desaparecido. Ele não havia voltado da pescaria nem dado sinal de vida. Marilena chamou a Polícia, que pareceu não dar muita importância à ocorrência. Os dois policiais fizeram poucas perguntas, anotaram um boletim de forma burocrática e se foram em poucos minutos, levando uma foto do homem.
Jeitosinha chegou em casa quase na hora do almoço. Os irmãos não perceberam que ela passara a noite fora, mas sua mãe sim.


- Onde você estava ? - Perguntou. Jeitosinha ignorou a abordagem.
- Sorte sua seu pai não estar por aqui. Ele não ia gostar disso... - insistiu Marilena, com um tom seco de reprovação na voz. A resposta da filha foi carregada de ironia :
- O que poderia preocupá-lo, mamãe ? O risco de que eu perca a virgindade ou volte grávida para casa ?
Marilena tentou acariciar o cabelo da filha, que afastou sua mão com um gesto brusco.
- Não me encoste ! Eu odeio você ! Um fio de lágrima escorreu pela face esquerda da sofrida mãe.
- Querida... Você é tão jovem... Tem uma vida pela frente ! Ainda há tempo de encontrar a felicidade...
- Como eu poderia ser feliz ? Eu sou uma mulher aprisionada no corpo de um homem !
- Veja o lado positivo... - tentou consertar Marilena - Você não tem tensão pré-menstrual, não precisa sentar-se em privadas sujas de boate... Mantenha a calma e a resignação. Você ainda encontrará algum homem que a aceite como você é !

"Sim", conjecturou Jeitosinha. "Este homem talvez seja Bruno. Mas como ele estará se sentindo depois de nossa estranha noite de amor ?". Ela pensou durante todo o dia no seu amado, reunindo forças para enfrentar sua primeira noite no bordel de luxo.

Curiosamente, a expectativa de entregar-se a estranhos não a incomodava. Desde a revelação de sua condição, ela não se reconhecia naquele corpo. Não sentia que tivesse que zelar dele.
Eram nove da noite quando Jeitosinha entrou no fusca de Arlindo, rumo à casa de encontros. O local ficava próximo, mas era preciso percorrer um pequeno trecho numa estrada pouco movimentada.

Justamente quando passavam pela parte mais escura e deserta do percurso, uma luz surgida do nada cegou momentaneamente Arlindo, impedindo-o de dirigir. O rapaz pisou no freio abruptamente. Antes que pudessem esboçar qualquer reação, as duas portas do carro foram abertas, e o casal foi retirado de dentro do veículo por mãos poderosas.

Pouco antes de tomar uma descarga elétrica que a faria perder os sentidos, Jeitosinha pôde ver a face de seus raptores : eram homenzinhos verdes vestindo estranhos macacões prateados.




Jeitosinha e Arlindo nas mãos de Ets !

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