segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Jeitosinha - Capítulo 20, 21, 22 e 23

Oooo novelinha longa ne.. 
Pensei que tinha deixado no post automático mas, pelo visto, não estava no automático..
Daí pra compensar... dá-lhe posts!

até

Capítulo XX - Bilhete de Adenair

O sol despencou no horizonte tingindo o céu de vermelho. A silhueta perfeita de Jeitosinha, seus longos cabelos loiros, seios voluptuosos, coxas grossas e bumbum empinado, recortados pelo céu do entardecer, eram uma visão idílica. A moça coçou o saco e cuspiu no chão.
- Pôrra, mais essa agora. Achei muito bom ser homem... - resmungou, no jardim florido da casa de Madame Mary, ainda sentindo na boca o gosto de sexo.
Da janela, a ruiva que havia sido possuída por Jeitosinha, cujo nome de guerra era Laura Croft, suspirava diante da visão do mais radiante e sensual ser humano que já havia conhecido. E olha que ela já tinha transado com uns três maracanãs lotados.
Em seu apartamento, do outro lado da cidade, o angustiado Bruno olhava fixamente o revólver que empunhava. Acabar com a própria vida parecia ser a solução mais plausível para conseguir um pouco de conforto.
Na casa de Jeitosinha, Um fio de lágrima escorria pelo rosto de Marilena enquanto ela lia o bilhete deixado por seu filho Adenair :
"Querida mamãe, sem a presença opressora de papai, não vejo mais razão para negar minha própria natureza. A verdade é que, embora na teoria tenha dado à luz sete varões, na prática a senhora tem duas filhas. Me sinto tão mulher quanto Jeitosinha. Não tive, como ela, o privilégio de desfrutar da condição feminina, mesmo que por alguns anos de ilusão. Mas estou disposta a recuperar o tempo perdido. Amanhã terei extirpado de mim, definitivamente, a minha masculinidade. Quero ser uma mulher total. Então vou poder conquistar o coração de Bruno, me casar com ele até ter dois filhos: Claudney Felipe e Luana Piovani Aparecida. Beijos. Adenaíra"
""Querida mamãe, sem a presença opressora de papai, não vejo mais razão para negar minha própria natureza. A verdade é que, embora na teoria tenha dado à luz sete varões, na prática a senhora tem duas filhas. Me sinto tão mulher quanto Jeitosinha. Não tive, como ela, o privilégio de desfrutar da condição feminina, mesmo que por alguns anos de ilusão. Mas estou disposta a recuperar o tempo perdido. Amanhã terei extirpado de mim, definitivamente, a minha masculinidade. Quero ser uma mulher total. Então vou poder conquistar o coração de Bruno, me casar com ele até ter dois filhos: Claudney Felipe e Luana Piovani Aparecida. Beijos. Adenaíra""
As pernas da sofrida mulher não conseguiram sustentar o peso do corpo. Sentada no sofá, amassando a pequena nota entre os dedos, Marilena pensava em como sua vida havia se transformado em questão de dias.
- Meu Deus... O que poderia ser pior ? - Perguntava-se, em voz alta.
Neste momento um homem sujo e deformado, metido em roupas fétidas, mancando e babando, abre abruptamente a porta.
- Querida, cheguei !

Ambrósio está de volta !

Não perca, capítulo inédito da obra mais trash da Internet !


Capítulo XXI - A volta de Ambrósio

Marilena acordou em sua cama, e sua primeira visão foi Aníbal, um dos filhos menos importantes, daqueles que só fazem figuração na trama.
- Anibal... Que sonho horrível... Pensei que seu pai...
- Não foi um sonho, mamãe. Ele voltou ! A mulher gritou em total desespero :
- Não pode ser ! Não pode ser !
O filho estranhou a reação. Alheio aos problemas que infernizavam a vida de Marilena, Adenair e Jeitosinha, sem saber que Ambrósio era a causa de muito sofrimento, esperava da mãe uma manifestação de alegria.
- Mãe... Você não entende ? O papai voltou! Meio caidaço, é verdade, mas está vivo ! Você deveria estar feliz ! A mulher esboçou um sorriso forçado :
- Sim, meu amor. Claro. Foi só o susto. Claro que estou feliz.
Neste instante, já de banhozinho tomado e vestindo um velho e confortável pijama, Ambrósio entra no quarto.
- Marilena...
- É você mesmo, Ambrósio ? - perguntou a mulher.
- Estou tão deformado assim ? Claro que sou eu !
Ambrósio não tinha na voz a rispidez habitual. Parecia fragilizado. Sua fala era pastosa. Um canto da boca não se mexia e um fio permanente de baba escorria rumo ao pescoço.
- O que aconteceu com você ?
- Não me lembro. Não consigo me lembrar de muita coisa. Vaguei pelas redondezas e aos poucos as memórias foram voltando... Nossa casa, você, nossos filhos...
- E sobre o acidente que o mutilou ?
- Nada. Não me lembro de nada. Só vejo uma cena estranha... Assustadora e irreal. Não quero falar sobre isso.
Os olhos do homem transmitiam o pavor que lhe causava a simples menção da cena. E a imagem que vinha à sua cabeça era a do travesti, loiro e nu, empunhando uma serra elétrica.
No hospital público, Adenair acordava da anestesia.
- Como foi a cirurgia, doutor ? - perguntou ao homem de branco parado ao seu lado.
- Foi bem. Não consegui fazer um acabamento muito bom. Sabe como é, cirurgia plástica é uma coisa complicada... Mas eu mesmo já vi muita vagina mais feia por aí! He...He...- o médico amigo de Dona Nair insistia em seu humor infame.
- Meu pênis, doutor... O que vocês fizeram com ele ? Mesmo detestando o que ele considerava um corpo estranho, Adenair sabia que era um pedaço seu que havia sido estirpado. E lhe assustava a idéia de que ele pudesse ter ido parar numa cesta de lixo hospitalar...
- Fizemos um transplante. Ele agora pertence a um marombeiro adepto do sexo bizarro, que perdeu o dele quando recebia carinhos orais de um pitt-bull...
- Melhor assim ! - Animou-se Adenair - quando recebo alta ?
- Amanhã, se tudo correr bem. "Vai dar tudo certo", pensou o - ou melhor - a jovem. Vou virar uma linda mulher, como Jeitosinha, e conquistar o coração de Bruno !
No seu apartamento, Bruno ainda olhava fixamente a arma. Sentia-se ultrajado, perdido, confuso e traído. Mas não conseguia evitar que a imagem de sua loira amada lhe viesse à cabeça. "Onde ela estará agora ?", perguntava-se.
Mal sabia ele que Jeitosinha, naquele momento, abria a porta de entrada de sua casa para estar frente a frente com o pai que matara !

Qual será a reação de Ambrósio ?

Empolgante ! Sensual ! Nojenta ! A sua novela continua, em mais um capítulo inédito...

Capítulo XXII - A reação de Abrosio

Por trinta segundos, que pareceram uma eternidade, Jeitosinha e Ambrósio se encararam fixamente. Ela vinha aprendendo no bordel de Madame Mary tudo sobre a arte da dissimulação, e conseguiu camuflar o medo, a surpresa e a confusão mental que lhe causava a imagem, ali na sua frente, do homem que assassinara.

A expressão de Ambrósio era inocente, quase infantil. O fio de barba intermitente continuava a banhar-lhe o queixo. Com sua voz pastosa, após o constrangedor silêncio, ele perguntou:

- Quem é você?

Jeitosinha suspirou aliviada. Continuava sem entender o que havia acontecido. As marcas de cortes no rosto e braços de Ambrósio indicavam que ela realmente o havia ferido, mas talvez não tivesse consumado o crime, pensou. Talvez tenha sofrido alguma espécie de alucinação durante o ataque com a serra-elétrica. Talvez Ambrósio tenha conseguido sair da casa, se arrastando. Mesmo assim, quem limpara o chão e os móveis?

Nada disso era tão importante quanto o fato de que o pai, talvez pelo choque de ter sido vitimado pela própria filha, não conseguia reconhecê-la. "Deve ser algum tipo de defesa emocional", concluiu.

Muito mais desconfortável com a situação estava Arlindo. Seu plano de explorar a irmã se esvaziara, em parte, com a reação do pai ao vê-la. Se Ambrósio não reconhecia Jeitosinha, e havia perdido sua índole opressora, o que a irmã teria a temer?

De fato, a moça não tinha mais nada a perder. Depois da decepção com seu amado Bruno, e todas as emoções que tomaram sua vida de assalto, o futuro se configurava diferente. Ela trocou olhares com Arlindo. Sorriu, superiora, e ele entendeu o recado. Jeitosinha estava livre de sua influência maligna mas, curiosamente, não pensava em abandonar o bordel de Madame Mary.

A misteriosa mulher - que ela mal vira e que não poderia reconhecer sob a máscara - de alguma maneira fez com que recuperasse sua auto-estima. Na casa de encontros a aceitavam como ela era. E agora havia ainda Laura Croft, a linda ruiva que havia despertado estranhas emoções em Jeitosinha. Ela vinha, aliás, fazendo um esforço sobrehumano para esquecer Bruno, e tentava se apegar à emoção daquela tarde de prazer como se residisse ali a sua salvação.
Se Jeitosinha agora via o bordel como uma benção, isso não significava que ela perdoava Arlindo. Ao contrário, havia planejado para o irmão uma terrível vingança...
"Quanto aos pais, o próprio destino havia se encarregado da punição. Ambrósio era agora um ser desprezível, débil e deformado. E sua mãe, que presa a suas convenções sociais jamais encararia a separação, estava condenada a aturar aquele ser repugnante pelo resto de suas vidas.
Jeitosinha estava imersa neste tipo de reflexão quando alguém bateu à porta. Arlindo foi atender e deparou-se com uma morena exuberante, de mais ou menos trinta anos. Ela tinha cabelos negros e lisos, à altura dos ombros. Os olhos de um azul cristalino contrastavam com a pele clara. Mostrando um distintivo ela se apresentou:
- Sou a detetive Vanessa, da Polícia Civil. Vim investigar o desaparecimento de Ambrósio.
Todos na casa, inclusive o próprio Ambrósio, trocaram olhares surpresos.
Do outro lado da cidade, o angustiado Bruno toma sua decisão. Virando a arma em direção à própria cabeça, ele finalmente aperta o gatilho.

Ele morreu? Ele morreu? em mais um capítulo inédito!"

Ele morreu? Capítulo XXIII

A detetive Vanessa sentou-se no sofá que outrora estivera coberto pelo sangue de Ambrósio. Acendeu um cigarro e cruzou lentamente as pernas, numa cena que lembrava Sharon Stone em "Instinto Selvagem".
- Creio que você chegou tarde... - apressou-se em explicar Marilena - Meu marido já voltou.
- Ele é o Ambrósio? - Espantou-se Vanessa, sem conseguir esconder sua expressão de asco - E o que ou quem fez isso a ele?
- Ainda não sabemos - disse Arlindo.
- Com certeza foi algum acidente... - emendou Jeitosinha, um pouco nervosa.
A experiente Vanessa percebeu o ambiente pesado do lar. "Aqui, com certeza, se escondem grandes segredos", pensou. Fascinada por seu ofício, naquele momento a bela detetive soube que não teria sossego enquanto não desvendasse cada detalhe do que já chamava de "Caso Ambrósio".
- Conte-me, meu bom homem. Quem lhe feriu?
Ambrósio tremeu à simples lembrança de fragmentos da cena, que ele sequer conseguia verbalizar.
- N-não me lembro. Não quero saber. Eu estou bem.
A mulher tocou Ambrósio carinhosamente.
- Procure se lembrar... Estas marcas... Foi, sem dúvida, uma arma cortante. Talvez uma lâmina grossa... Uma serra...
- Não! - Ambrósio enconlheu-se, em pânico, protegendo a cabeça com as mãos...
Jeitosinha sentiu um arrepio na espinha. E se o pai recobrasse a memória?
A detetive Vanessa continuou seu trabalho. - Procure se lembrar... Uma pessoa, uma imagem...
Ambrósio subitamente silenciou-se. Com os olhos fixos na linda policial exclamou baixinho:
- Sim... Eu me lembro de algo. Sim!
- O que? O que? - A excitação de Vanessa era quase sexual.
- Foi ela! Foi ela! - gritou, apontando para Jeitosinha.
-É mentira! - Gritou Jeitosinha.
"-Cale-se! Deixe o homem concluir seu relato! - disse a detetive. E voltando-se para Ambrósio:
- Diga, senhor... Ela fez isso com você. E depois?
- Depois homens verdes, numa nave espacial me trouxeram de volta à vida!
A policial sorriu, constrangida, e abraçou o fragilizado Ambrósio.
- Homens verdes? É uma alucinação, sem dúvida... Por hoje é só. Mas me aguardem. Vou continuar as investigações.
Jeitosinha sentiu-se mais leve. Marilena e Arlindo olharam para o pai e para a loira, com expressões indecifráveis.
Longe dali, a primeira coisa que Bruno viu foi uma luz branca e intensa. O rosto de Jeitosinha sorria para ele, emoldurada por centenas de pênis de todos os tamanhos e formas. - Estou na paraíso! - sussurrou.
Mas o delírio foi interrompido pela penetração contundente de uma agulha de injeção. De olhos abertos, o confuso rapaz viu um homem de roupa alva, parado ao lado da cama de hospital onde estava deitado.
- Você nasceu de novo, filho. A bala acertou de raspão a sua fronte.
- O-onde estou?
- No ambulatório de um hospital público.
Bruno percorreu o lugar com os olhos e não acreditou no que viu. Com uma touca cobrindo os cabelos, adormecida na cama ao lado, encontrava-se ninguém menos que sua amada.
- Jeitosinha! - Exclamou.
- Só se for nome de guerra... - corrigiu o médico - Ele chegou aqui como Adenair e agora é Adenaíra...
- Adenaíra? - espantou-se.
- Sim... Ele submeteu-se ontem a uma cirurgia para mudança de sexo. Mas talvez nunca aproveite sua nova anatomia...
- Porque doutor? Porque doutor? O homem tomou um longo fôlego antes de explicar a Bruno o drama do ex-irmão, agora irmã, de Jeitosinha.


Gente, já pensou isso no cinema, com a Cameron Diaz de Jeitosinha?
Mais emoções e podridão domingo, em um capítulo inédito!" 

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